Comportamento certo do chefe reduz tempo de baixa dos trabalhadores

Comportamento certo do chefe reduz tempo de baixa dos trabalhadores

 

O regresso ao trabalho de um funcionário lesionado é 25% mais rápido se o supervisor valorizar a situação.au_travail-17

Esta é uma das conclusões de um centro de investigação de uma seguradora multinacional, em Boston, Estados Unidos, que visa aplicar na prática as conclusões científicas nas áreas de tratamento de dados, comportamentos, ergonomia e lesões.

No Instituto de Investigação para a Segurança da Liberty Seguros, o director, Ian Noy, indicou que anualmente nos Estados Unidos se registam mais de um milhão de lesões.

Segundo os dados disponibilizados (2007), a lista de lesões nos Estados Unidos era liderada por demasiado esforço laboral, o que correspondia a um custo de 12,7 mil milhões de dólares (aproximadamente 9,3 mil milhões de euros).

Em segundo e terceiro lugar estão dois tipos de quedas, com um custo total de 13,9 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros).

Somando os dois factores, os acidentes laborais, que totalizam uma factura de 53 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros), chega-se a cerca de metade das causas principais de lesões.

Face a este cenário, os investigadores afirmam que, a nível comportamental, os factores sócio económicos são tão importantes como tratamentos médicos.

Para um regresso mais rápido ao trabalho depois de uma lesão ou acidente, os investigadores afirmam que o chefe deve manifestar preocupação, sugerir uma outra função e uma ida à enfermaria.

Culpar o trabalhador, fazê-lo voltar às funções, recomendar que não consulte um médico ou apresente uma queixa são atitudes que não devem ser tomadas pelos supervisores.

"O supervisor deve ser a solução e não um problema" e ter uma atitude correcta, como telefonar para casa. Com este procedimento, o supervisor diminui o tempo de baixa em 25%, garantem os investigadores

A investigação acompanhou pessoas com dores de costas crónicas, que nunca faltaram ao trabalho, para que sirvam de exemplo a outros, uma vez que o país enfrenta um problema de alto consumo de medicamentos para as dores.

O médico especialista em lesões Glen Pranski descreveu que quem tem sempre dores num "mau dia" pede ajuda e acredita que "estar activo é melhor que estar em casa", assim como mudam de trabalho, fazem exercício físico e "falam com as pessoas certas, que as apoiam".

Num outro laboratório é simulado o trabalho de escritório, que pode durar até 15 dias, para se aproximar ao máximo da realidade. Em conjunto com um hospital, os profissionais do instituto ultrapassaram obstáculos culturais e ajudaram o sector da radiologia.

Ou seja, ajudaram a sentar os profissionais que têm múltiplos ecrãs e a utilizar ratos informáticos e microfones para ditarem notas e dispositivos sem mãos.

Mas os trabalhadores recusaram-se a usar os aparelhos porque se consideravam como funcionários de 'call centers'. A solução para que ficassem com as mãos livres foi dotar, primeiro, os chefes com esses microfones e o efeito de imitação foi conseguido e a saúde melhorada.